sábado, 29 de setembro de 2012

Trilha de hoje: silêncio...


E desculpas nem sempre são sinceras
Quase nunca são...”
Acrilic on Canvas – Legião Urbana

 
Em um mundo em que quase tudo é volátil
Procuro estabilidade
Constância
Mas circunstâncias impedem
Impedem um novo olhar, um novo sonhar
Impedem um horizonte, vislumbrado, visto de longe!
Em um mundo em que o olhar paira sobre o próprio umbigo
É difícil olhar nos olhos
É difícil engolir o silêncio
O silêncio no momento em que se esperavam quase gritos!
Em um mundo em que quase todos são como máquinas,
É difícil manter o coração pulsando!
...
Preciso de um transplante!
Já que todo mundo vai e corta e costura e retoca, quero transplantar meu coração!
Colocar no lugar um chip, uma máquina!
Programada, sem expectativas, sem esperanças, sem amanhãs...
Já que o mundo resolveu impor um monte de condições pra gente ser feliz
Cansei de nadar na contra mão...
...
Dr, por favor, aumenta a dose!
Uma overdose cairia bem!
Mas por que não vem?!
...
Na estação primavera, estacionei as condições!
Minhas flores, murcharam, ou nem nasceram...
...
Passo todos os dias brigando contra a canção diária que toca em casas vizinhas,
Mas hoje, justo hoje, alguém parece ter acordado tão precoce quanto eu!
E ao contrário das canções chatas e vazias que tocam todos os dias
Hoje algum maldito resolveu ouvir Vander Lee, falando de românticos!
...
Vou apelar para os Boleros de Ravel!
No último volume, vou ouvir canções de guerra!
Vou apelar pro barulho, porque o silêncio, desse não quero nem lembrar!!!
...
Quando eu virar pó!
Poeira vou virar!
Poluição!

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Citação

Como diria meu amigo Gui, na época com apenas 3 anos de idade:
"Eu não tô bravo, eu tô chateado!!!"

sábado, 8 de setembro de 2012

Um pouco mais...

Tratando novamente das questões cotidianas do “adultecer”, penso:
- Haverá remédio que cure a dor da existência?!
Resistência passiva...
Afirmo, porque não faço nada...
Nada mais tem sido feito
Nada questionado
O mundo gira e ela paira ao lado...
Quieta como uma poça calma, antes do raiar do dia...

Mas ela é líquida!
Talvez esta seja a questão...
É tão fluida “que ao menor vento oscila”...
O líquido é o primeiro a prever o movimento,
Ainda que externo...

Então, de passivo nada lhe resta
Inércia!
Como acalmar suas águas?!
Como parar esse torvelinho?!

Quando o veneno acaba,
Quando o efeito da droga passa
Passa a bola pra existência...
Mais uma dose de anestesia, por favor!!!

Por pavor povoo o mundo das incontingências...
Incongruente é meu decidir
E decido que prefiro viver alheia
Embora não consiga alheiar-me de mim
Embora mim sejam muitas coisas...

Por pavor, por covardia...
Por coragem!
Deixa que passem as dores...
As físicas são mais fáceis de conciliar
As que não passam, são as da alma!