quinta-feira, 30 de maio de 2013

Amor e Palavras

A mim, foi dada a oportunidade de amar
Assim como a todas as outras pessoas!

No entanto, amamos de forma disforme
Deformando o sentido estrito da palavra
E queremos dilacerar a carne, e caber dentro do peito alheio
Quando não cabemos em nós mesmos
Quando não amamos a nós mesmos!

A mim, foi dada a oportunidade de dizer, palavra por palavra, o que pensava
E pensei em ser sincera!
Em ser honesta!
E fui...
Como uma fera!
E acabei ferindo ouvidos alheios
Falei como esperava que me falassem
Amei como esperava que me amassem
E me perdi, como jamais pensei que poderia
E descobri que nunca saberemos como amar ou como falar
E que a fala, muitas vezes, contradiz o amor
E que o amor, é uma coisa que cala!
...
Assim, depois de tudo, sobrou o silêncio
E a dúvida, se aquilo tudo foi amor, ou apenas palavra!

terça-feira, 21 de maio de 2013

Desertos que criamos...


Resolvemos mudar nossos hábitos
Gostos, paladares
Mas não mudamos nossos olhares, milenares, sobre nós
Humanos!
Resolvemos tirar a roupa, pintar a cara...
Resolvemos mudar o ciclo, o vício, o ritmo...
Tiramos tudo do lugar...
Imaginamos que seríamos capazes de reconfigurar o funcionamento das estações...
No entanto, estacionamos!
Caminhamos, hoje, cheios de olhares vazios
Cheios de incertezas, da única certeza que temos
E dessa vez, não podemos dizer que nada mudou
Mudou tudo, mudou tanto, que nada mais tem seu lugar!
Aprendemos a aceitar as diferenças, a diversidade
Mas não conseguimos lidar com o vazio que criamos dentro de nós!
Certas coisas não mudam...
Mas mantemos resistência, querendo garantir uma ambição que talvez nunca tenha sido nossa!
Eu não pedi por esta configuração
Quero flores na primavera, quero sol no verão...
Mas mudou tanto, que no deserto que criamos só há inverno
E tornou-se um inferno viver sem estação!

sábado, 11 de maio de 2013

Cheio

O bonde da alegria está passando, não sei se vou agora ou se parto para outra estação!
O mundo anda cheio de gente, e gentes gentilmente procuram não se pronunciar, imersas num silêncio catatônico, catastrófico...
Quando foi que o mundo ficou tão silencioso?
Por que o mundo anda fazendo tanto barulho...
Não se ouve nada, não se entende nada, não se sente nada...
Não lutamos mais!
Acho que nos cansamos de tentar entender!
...
Não deixe pra depois uma alegria! A alegoria está completa, incompleto está é o carnaval!
Vai entender...
Quanta compaixão! O que sentimos de nós? O que sabemos de nós? O que sonhamos quando estamos realmente sós, sem intervenção?! Sem a contradição do poder, do querer?
Como queria que a vida fosse diferente, simples, como simples foi um dia a vida da gente...
Mas foram-se todos, e se perderam na multidão...
Porque hoje, o mundo anda cheio de gente!

Quando foi mesmo que me tornei tão eu?!