sábado, 8 de setembro de 2012

Um pouco mais...

Tratando novamente das questões cotidianas do “adultecer”, penso:
- Haverá remédio que cure a dor da existência?!
Resistência passiva...
Afirmo, porque não faço nada...
Nada mais tem sido feito
Nada questionado
O mundo gira e ela paira ao lado...
Quieta como uma poça calma, antes do raiar do dia...

Mas ela é líquida!
Talvez esta seja a questão...
É tão fluida “que ao menor vento oscila”...
O líquido é o primeiro a prever o movimento,
Ainda que externo...

Então, de passivo nada lhe resta
Inércia!
Como acalmar suas águas?!
Como parar esse torvelinho?!

Quando o veneno acaba,
Quando o efeito da droga passa
Passa a bola pra existência...
Mais uma dose de anestesia, por favor!!!

Por pavor povoo o mundo das incontingências...
Incongruente é meu decidir
E decido que prefiro viver alheia
Embora não consiga alheiar-me de mim
Embora mim sejam muitas coisas...

Por pavor, por covardia...
Por coragem!
Deixa que passem as dores...
As físicas são mais fáceis de conciliar
As que não passam, são as da alma!


2 comentários:

  1. Mas por que dói desse jeito?
    Será mesmo necessário doer assim, com todo o portão de controle do sistema nervoso central aberto, escanacarado?
    Será que ao invés da anestesia não existe uma dose de solução?
    Algo que cerre os portões para que a dor fique de fora enquanto a gente cresce?
    Estamos rastejando numa poça de delírios, iludindo o mundo e nos iludindo de que a fumaç espessa dos nossos pensamentos mais obscuros sejam a realidade dura e fria vicejando na existência.
    Mas nem a lâmina de uma espada samurai dele causar essa dor que retorna sempre na mesma curva.
    Por que nos processos de desconstrução onde nos desiludimos, imediatamente abraçamos uma verdade que queima, mas que também alivia.
    Nosso sistema neurológico consegue captar quando asfixiamos a dor com anestesias. Ele um dia berra e nos delata pra ele mesmo.
    E então a dor atinge o ápice e da-lhe novas doses de ilusões.
    Mas quando a gente bóia na água e fecha os olhos, confiando no fluxo aparentemente disperso da existência, a dor vira adubo pra jardim.
    E vem chegando a primavera, nosso futuro recomeça, venha, que o que vem é perfeição.

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    1. Também queria saber porque dói tanto...
      Mas parece que doer tornou-se um questão de existir...
      Ainda te devo um capuccino, se vc estiver disposta a lidar com delírios verbais!!!

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