Confetes e concertinas

Você sabe dançar?
Você está fumando?
A fumaça dança, mas só depois que a vela apaga
Apagou...
Enquanto o papel queima, a fumaça vai dançando
Alegoria carnavalesca!
O carnaval também já passou pra você...
Confetes e serpentinas
Confesse!
A falsidade é mais singela, mais fácil de sustentar...
Confesse!!
A verdade dói, na carne, na pele, na alma!!!
Assim você dança...
Trepida enquanto queima, e depois se esvai...
Vai, fala!
Não cala!
Depois aguenta toda dor...
Tanto amor em um cartão postal!
Postei uma vida inteira em uma página
Quando eu morrer, tudo que for meu caberá numa caixa, a que dão o nome de caixão!
E lá dentro, guardada debaixo da terra, os sonhos também vão se esvair...
E vai ir, assim, sendo...
No futuro serei passado, e não terei passado de uma história!

Fim de tudo

E o mundo não acabou!
Apesar de todas as previsões e todos os cálculos, os resultados deram errado de novo...
Ainda bem...
Vai dar pra começar de novo o que a gente achou que teria acabado!!!
Vai dar pra viver de novo!
Vai dar pra viver de tudo!!!
Vai dar pra viver!!!
Agora, com as expectativas renovadas, vai ser possível planejar uma nova vida de novo, afinal, não saberemos quando aparecerão novas previsões!
Eu sei que, agora, eu vislumbro um futuro diferente!

Renascimento

Procurava uma imagem que retratasse para mim o que é renascimento...

Havia me esquecido das aulas de arte, então vi a Criação do Homem, a Monalisa, o Homem Vitruviano, a Santa Ceia... e no meio de tudo isso, um feto e um broto!

A foto de um feto humano e um pequeno broto de uma árvore...

O Dr. Google não discrimina o que a gente procura, então lançar apenas a palavra renascimento trás muitas respostas, algumas estranhas...

Pensei em algo parecido com uma Fênix, algo mais teatral, não sei, mais representativo...

Aí eu lembrei que o renascimento acontece todos os dias, quando o sol nasce, quando a chuva cai, quando a gente acorda para mais um dia de vida...

O Reveillon nosso de cada dia! Ouvi isso há tempos...

“Viver é uma dádiva fatal, no fim das contas ninguém sai vivo daqui, mas, vamos com calma...”

“Une belle vie tout le monde”!

De repente...

De repente você quer acabar com tudo...
Simplesmente deixar de existir...

Aí vem um cara que nem esse,
E ferra com tudo...

Te faz ter um novo olhar,
E novas esperanças!!!

Viver só faz sentindo enquanto tem gente foda assim no mundo!!!

http://dzimirsky.blogspot.com.br/

http://www.dzimirsky.com/works/works-overview.html

Vico, se você ver esse post não deixe de acessar esses sites!!!

Quase...

Ontem à noite eu quase consegui,

Mas só quase...

 

O desejo da morte parece um dançarino sedutor...

Ele vem, embala, abraça, envolve...

E eleva, te leva à quase morte, e te enche de um desejo enlouquecedor

Desejo de deixar de ser

Deixar de existir!

Mas morrer é mais difícil que apenas desejar

É um abismo...

De incertezas, de contradições!

É uma porta desconhecida, difícil de abrir...

Uma ponte difícil de atravessar

E existir desejando o lado de lá é como não existir...

É estar e não estar!

É quase ser, quase ver, quase ter

E quase, é quase nada, e quase nada é muita coisa!

Sufoca, abafa, esconde... quase mata, mas não mata...

Trilha de hoje: silêncio...

“E desculpas nem sempre são sinceras

Quase nunca são...”
Acrilic on Canvas – Legião Urbana

 

Em um mundo em que quase tudo é volátil

Procuro estabilidade
Constância
Mas circunstâncias impedem
Impedem um novo olhar, um novo sonhar
Impedem um horizonte, vislumbrado, visto de longe!
Em um mundo em que o olhar paira sobre o próprio umbigo
É difícil olhar nos olhos
É difícil engolir o silêncio
O silêncio no momento em que se esperavam quase gritos!
Em um mundo em que quase todos são como máquinas,
É difícil manter o coração pulsando!
...
Preciso de um transplante!
Já que todo mundo vai e corta e costura e retoca, quero transplantar meu coração!
Colocar no lugar um chip, uma máquina!
Programada, sem expectativas, sem esperanças, sem amanhãs...
Já que o mundo resolveu impor um monte de condições pra gente ser feliz
Cansei de nadar na contra mão...
...
Dr, por favor, aumenta a dose!
Uma overdose cairia bem!
Mas por que não vem?!
...
Na estação primavera, estacionei as condições!
Minhas flores, murcharam, ou nem nasceram...
...
Passo todos os dias brigando contra a canção diária que toca em casas vizinhas,
Mas hoje, justo hoje, alguém parece ter acordado tão precoce quanto eu!
E ao contrário das canções chatas e vazias que tocam todos os dias
Hoje algum maldito resolveu ouvir Vander Lee, falando de românticos!
...
Vou apelar para os Boleros de Ravel!
No último volume, vou ouvir canções de guerra!
Vou apelar pro barulho, porque o silêncio, desse não quero nem lembrar!!!
...
Quando eu virar pó!
Poeira vou virar!
Poluição!

Citação

Como diria meu amigo Gui, na época com apenas 3 anos de idade:
"Eu não tô bravo, eu tô chateado!!!"

Um pouco mais...

Tratando novamente das questões cotidianas do “adultecer”, penso:

- Haverá remédio que cure a dor da existência?!

Resistência passiva...
Afirmo, porque não faço nada...
Nada mais tem sido feito
Nada questionado
O mundo gira e ela paira ao lado...
Quieta como uma poça calma, antes do raiar do dia...

Mas ela é líquida!

Talvez esta seja a questão...
É tão fluida “que ao menor vento oscila”...
O líquido é o primeiro a prever o movimento,
Ainda que externo...

Então, de passivo nada lhe resta

Inércia!
Como acalmar suas águas?!
Como parar esse torvelinho?!

Quando o veneno acaba,

Quando o efeito da droga passa
Passa a bola pra existência...
Mais uma dose de anestesia, por favor!!!

Por pavor povoo o mundo das incontingências...

Incongruente é meu decidir
E decido que prefiro viver alheia
Embora não consiga alheiar-me de mim
Embora mim sejam muitas coisas...

Por pavor, por covardia...

Por coragem!
Deixa que passem as dores...
As físicas são mais fáceis de conciliar
As que não passam, são as da alma!

Enredo

Nunca faça promessas que não possam ser cumpridas!!!

A vida é um enredo interessante
São caminhos que se cruzam, que se afastam, se enrolam, se embolam, se aninham
Um emaranhado de fios e teias
Um velho ditado diz que o rufar das asas de uma borboleta de um lado do mundo podem provocar um terremoto no outro extremo...
E estranha estremeço!
Não me dedicava à literatura lúdica há muito tempo
Ler pelo puro e simples prazer de ler
Mas ler deixou de ser simples ao passo que muitas palavras são escritas nas entrelinhas
E mesmo na história ou lenda de um antigo samurai japonês criador da técnica de esgrima com duas espadas, estou ali!
Perdida em traços gerais e particulares
Identificando-me com um enredo antigo, provindo de outro continente
Envelhecendo junto aos personagens
Crescendo com eles, adoecendo, aprendendo, entendendo!
Um clássico japonês com mais de 120 milhões de exemplares vendidos...
Quantos desses olhos que correram as mais de 900 páginas conseguiram identificar-se?!
Estava eu em estado bolha quando li Musashi pela primeira vez?!
Lembrava apenas de um samurai – narciso! (Seria esta a definição do estado bolha?!)
Narcisismo?! Via apenas o personagem principal e perdia, principalmente, as principais lições!!
Ele é a soma de suas passagens, de suas viagens, assim como todos nós, e nossas linhas se cruzam...
Não há caminho isolado, não há estrada não percorrida... não há vida sem interferência de vida!
O princípio básico da existência exige o encontro! De dois corpos, duas células, duas estradas, suas histórias... mesmo que estas histórias não se cruzem, é impossível cruzar os braços e negar!

A vida é um enredo interessante
E mesmo que cada um queira ser o personagem principal da própria história, história não há sem coadjuvantes!
A história, mais que o personagem principal, trata de cada um de nós...
Cada linha percorrida, cada capítulo encerrado, cada experiência vivida!
Não estamos sós, não somos sós, o eu é um ser imaginário!
O eu é apenas a soma de um monte de caminhos encruzilhados...                                                                                                                                                                                                 

A vida é um enredo instigante!
Caminhos há que se cruzam, que se afastam, que se multiplicam, que se cortam!

A vida é um enredo!

Complemento

Só pra piorar as circunstâncias,
ou coincidências...
Bruce Dickinson tá berrando na caixa de som: Tears of the Dragon!

Dragão Prateado

Estou relendo Musashi...
Depois de 7 ou 8 anos...
Desfrutando este reprazer, e heis que em uma nota de rodapé vejo - Gin-ryu = Dragão Prateado...
Detalhe quase insignificante, não fosse a memória tão boa!
E estava lá, no porta-jóias, meu Dragão Prateado, de quando?!
10 anos?! Me falhe a memória...
Não, talvez nem tanto tempo...
Lembro-me de fatos, e o fato é:
Meu Dragão Prateado está guardado, com todo seu significado e carinho!
E isso me faz lembrar que nada é por acaso...
O mundo dá suas voltas, e é preciso saber entender os pequenos detalhes, pra na volta seguinte ir colhendo significados...
Enfim...

Feliz Anversário!!!

Sombra

Acho que a única solução para a Sombra, é a falta de luz...
Ou isto, ou ela estará lá, saltitante à sua frente
Revoltosa às suas costas...
Te seguindo
Te guiando
Insinuando, sinuosa...
Crepitante!
Apaguem-se as luzes...
E apagam-se as Sombras!!!

Líquido

Hoje, precisava virar música...

Criança...

Cadê minha criança que por onde ando só vejo sombras?!
Quem era que brincava de faz de conta...
A apresentação: Começa o começo pra mim!
Saudade de caber em colo...
Vontade de caber em um copo!
Virar pó!
De virada!
Virei a mesa, rodei, rodei, rodei o mundo e o globo parou no mesmo lugar...
Esse é o erro da fantasia...
Ela me leva, disfarça, desfaz...
E quando vejo:
Eis-me aqui, como antes, como era...
Só que quebrada, só que só...
Taciturna, noturna, incalculável...
Quisera que o verão virasse primavera,
Primoroso seria ver o mundo pela janela...
Mas vejo umbigo
E meu castigo?
É andar em um círculo só, por só uma eternidade!

Suspiro

Ahhh...
A felicidade...
Que saudades sinto dela!

A Morte

A gente continua falando a mesma língua, aquela dita pelos animais que se comunicam sem esboçar voz...

Escuto gritos e grilos no silêncio!

De corcunda minha estada, cordunda ficou minha instância!

Instalou-se em mim o ser em curva...

Curvai-vos às tempestades...

Mas não quebrai-vos...

Sê-de de acordo com o tempo, com o clima...

Sê-de de acordo com a rima!

Mira o alvo, mira laser!

Acerte na imagem do espelho o centro de comando central!

Quando não cala-se a alma

Fala-se: animal...

E animal mata...

Matai-vos uns aos outros, antes que vos mates a si mesmos!!!

Estando...

Guardo na vontade do cigarro,

O grito da cigarra!

Na vontade da estrada,

O silêncio do estranho!

No canto do quarto,

O quadro que eu pintei...

Os dias de nada fazer enchem de silêncio a atmosfera

Mas a fera interna não se acalma...

No fundo da alma as coisas continuam iguais!!

Sinto-me estranha com a apatia das entranhas que sempre estragam a festa...

Já era: estando estranho, as coisas permanecem normais!

 

Partes...

A apatia empática faz com que o anormal se torne comum
E comum é como são as coisas
Um eterno volante sem direção...
Não provoca comoção nem a um rato!
As grandes coisas estão no limiar da degeneração!
Fim do mundo?
Sim Senhor, Não Senhor!
Que cadeia é essa?! – Presos em paredes impostas por uma instituição chamada sociedade...
Sócio... ócio... idade... Há de ser um dia diferente!
Quanto mais avança a idade, mais distantes estão as esperanças!
Apática... a parte que me cabia, não me cabe mais!
Parte uma parte da parte grande que falta!!!
Que faz falta...

Não durma!

O coma, a carne a cama!
“Por que você está tão triste nesta foto?”
Triste é precisar de traduções...
Mundo estranho...
Mudo estampo o desgosto na cara!
A face escura do mal, a fase escura da lua...
Porque a fala contém fel!
Pessoas estranhas estampam o mundo depois das entranhas
Qual entranha visitou no último verão?!
Cara a cara é difícil encarar a realidade...
Era noite e a areia era movediça
E ela movia-se aleatória entre pensamentos carnais
Na cama revolvia todos os seus desejos...
Mas naquela noite, o amor, estava em coma!

A inércia também é uma dádiva!

Perdoe-me por me traires!!!

Não sou do dia...
Sou da noite!
Não sou exata...
Sou das artes!
Sou boêmia!
Não sou do futuro...
Sou do passado!
Não sou política...
Sou poética!
Não sou contínua...
Sou inconstante!
Não sou daqui...
Sou de lá!
Sou das coisas leves, das coisas fluidas!
Do colorido, do aéreo!
Sou do ar!
Sou do lar!
Do amor e da família!
Sou chegada e partida!
Retirada!
Não sou da paz...
Sou da guerra!
Não sou do sim...
Sou do não!
Da contradição!
Do passo, da dança!
Me cansa essa canção que fala de esperança...
Sou melancolia!
Sou de sonhos!
Sou par!
Sou união!
Da parte que reparte o pão!
Reprodução!
Não sou do que passa...
Não sou em vão...
Para os que partem, quero ser lembrança!
Para os que ficam, a solução!
Via de mão dupla, sou a contramão!
Da trilha, do caminho, do refrão!
Eu sou o que sou, mas sou só um pouquinho!
O mundo me torna um ser cheio de nãos...

Se ela voltar...

Não, ela não tinha medo de dizer a verdade

Mas a verdade pesa...

Leves são as pessoas falsas

Flutuam lépidas

Como se dançar ao sabor dos ventos fosse ato nobre!

Não, ela queria uma direção

Sem essa de que os ventos são favoráveis

Em nada favoreceram

Tormentas e tempestades...

Tudo se vai, mas quando vai com a verdade não dói se retornar

E assim ela foi...
Viajou de norte a sul

Na bagagem um monte de curiosidade

Pouco preconceito

E muita vontade!

Espero que ela volte...

Suas histórias incomuns são a fotografia dos dias quentes que quero viver!

Estranhez Humana

As pessoas são estranhas!

Abrir a boca é um ato simples, mas pode ser falho

Muitos marimbondos moram no veneno ocre das palavras

E quando são irreais...

Ohhh quando são irreais!!!

Quanta perturbação podem provocar!

“Então todas as desculpas que te pedi foram em vão?

Você não se sentia efetivamente ofendido?”

É...

Boçais!

Palavras podem ser boçais!

O maior dos boçais em ato circense!

Que espetáculo!

Especularam meu destino...

Enfim,

Todos se enganaram!

Ainda estou fraca, mas já consegui erguer meu escudo e minha lança...

A novidade agora é um veneno letal que trago escondido no bornal!

Se for pra enfrentar mais uma batalha eu vou!

E vou de peito aberto...

Danem-se os meandros!

Agora é tudo ou nada!

Quase 30

Com quase trinta imaginava que as estações seriam diferentes

Que os ventos soprariam em outras direções

Mas não... igual!!!

Iguais sonhos, iguais desenganos!!!

...

Um dia, vi uma amiga, separada, mãe, 47 anos, chorando (isso mesmo - chorando!!!), porque estava sofrendo de amor...

... eu na ápoca, mais ou menos 23, imaginava: como pode?! Será que ainda vou sofrer dessas coisas aos 47?!

Dessas coisas... "quem irá dizer que existe razão nas coisas feitas pelo coração"...

Quem irá dizer que existe razão!!!

Ques coisas são essas?!!!

Enfim... com quase trinta a gente começa a perceber que muitas coisas realmente não mudam!!!

Gostaria de mudar essa parte visceral de mim!!!

Essa parte que leva até as entranhas tudo!!!
Inclusive o que deveria ser superficial!

Mas não, ela arde!!!

Há de haver algum lugar pra tudo isso!

Em algum momento nessa história circular que movimenta o universo!