sábado, 10 de dezembro de 2011

Agora sobre o tempo!


O Renato Russo canta: “De tarde quero descansar/ chegar até a praia e ver/ se o vento ainda está forte vai/ ser bom subir nas pedras sei/ que faço isso pra esquecer/ eu deixo a onda me acertar/ e o vento vai levando tudo embora...”.
Já o Cidade Negra canta: “Você não sabe o quanto eu caminhei/ pra chegar até aqui/ percorri milhas e milhas antes de dormir/ eu nem cochilei/ quando bate a saudade eu vou pro mar/ fecho meus olhos e sinto você chegar...”.
O mar está sempre associado a algo que precisa se deixar levar, ou se deixar trazer.
As chuvas de novembro, as águas de março, de dezembro, do ano inteiro, estão sempre associadas a algo que precisa ser lavado, limpo, renovado.
Bom, são muitas as canções, e porque ponto de parada, porque parada musical?!
Na versão original da propagada da DM9, que o Pedro Bial traduziu, não com tanta propriedade, fala-se do Filtro Solar, mas mais que isso, fala-se sobre o dançar!
Para dançar é preciso ter música...
Para mexer é preciso parar...
Para ver o mar, é preciso um porto!
Esse é meu porto, talvez não tão seguro, mas é aqui que danço, que vejo as ondas me alcançarem, que deixo os sons se propagarem
É aqui que viajo para um universo além do concreto, é aqui que faço meu abstrato, que reproduzo meus retratos, retratos daquelas coisas que não disse, embora pensasse, das que disse, embora duvidasse...
É nesse ponto, de interrogação, de exclamação, de ponto e vírgula, é nesse sinal gramatical que me permito ser, um pouco além daquele ser que se sustenta das limitações que vão se impondo, mas nunca pondo um ponto final.
Poderia, como já disse várias vezes por aqui, me acabar na eternidade do falar das coisas, mas hoje chove lá fora, e chove aqui dentro, e nas chuvas e nos ventos das mudanças vou seguindo a eterna arte de metamorfosear, de parafrasear, de ser ar!!!
Flutuo lépida!
Hoje quem controla a dança é o senhor tempo, que acordou, não nos seus melhores humores
Mas acordou, e faz barulho, pra me lembrar que o movimento é necessário!
Hoje, apenas flutuar!

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